Débora Motta
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Trem que levita devido a campo magnético será construído em tamanho real no Fundão e vai interligar todo o campus |
No Rio de Janeiro, o MagLev terá uma aplicação inédita: está sendo projetado para ser uma alternativa ao transporte urbano. “Nossa proposta não existe ainda no mundo porque é voltada ao transporte urbano, que exige baixa velocidade para curtas distâncias. Na Alemanha e no Japão, por exemplo, os trens de levitação magnética são voltados principalmente para o transporte em alta velocidade e de longas distâncias”, explica o coordenador do estudo, Richard Stephan. “Ninguém ainda ousou fazer um trem de levitação magnética em escala real com esse objetivo porque não se percebeu a vantagem de sua utilização para o transporte urbano”, acrescenta.
A tecnologia do trem de levitação magnética é baseada na formação de um campo magnético de repulsão entre os trilhos e os módulos de levitação (pastilhas supercondutoras que substituem as rodas e são formadas de ítrio, bário e cobre). Para criar este campo magnético, que faz o trem levitar, os cientistas resfriam os supercondutores de elevada temperatura crítica a 196� C negativos, com nitrogênio líquido. “O trem começou a ser desenvolvido em 1998, no Lasup, em parceria com o engenheiro de transportes Eduardo David e com o fundador do laboratório, Roberto Nicolsky”, lembra.
Para testar o trem, que dispensa rodas, o projeto foi dividido em várias etapas. “Na primeira fase, já construímos um modelo em escala reduzida para experimentos. O próximo passo é fazer um protótipo do trem em escala real, para operar em uma linha de teste de
A proposta é parte das soluções contempladas no Plano Diretor UFRJ 2020 para o transporte interno no Fundão. O MagLev deve substituir parte da frota de ônibus que atendem à comunidade acadêmica no campus, circulando com capacidade de transporte de 254 passageiros por viagem. “A segunda etapa será a construção do trem em todo o campus, expandindo a linha para
Alternativa para o transporte urbano carioca
O projeto é ainda mais ambicioso. O trem pode beneficiar o transporte público de vários pontos do Rio de Janeiro. A terceira fase seria a ligação entre o Aeroporto Internacional, na Ilha do Governador, e o Aeroporto Santos Dumont, no Centro. “É uma proposta para resolver o velho problema do transporte carioca de interligação entre os aeroportos. Seria de fácil inserção nas vias urbanas, já que o trem é leve e utilizaria vias elevadas. Além disso, ele poderia fazer paradas na Rodoviária Novo Rio, na Praça Mauá e na Praça XV”, considera.
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MagLev terá custo de implantação equivalente a 1/3 do custo do metrô do Rio e velocidade média de 70 Km/h |
Outro grande benefício do novo transporte seria o preço. “O custo de implantação do protótipo em tamanho real equivale a apenas 1/3 do custo do metrô e a circulação é mais econômica do que a de um trem urbano convencional”, ressalta Stephan. E prossegue: “Seria mais barato de construir porque não exige um túnel debaixo da terra. O MagLev também será um transporte silencioso e poderá se movimentar dentro das vias urbanas, no máximo com a construção de linhas elevadas.”
Para a realização do projeto, está previsto o financiamento de 4,7 milhões da FAPERJ. A aplicação do MagLev para interligar os aeroportos e até outros pontos da cidade, no entanto, ainda depende do sucesso do projeto dentro do campus do Fundão e de outros investimentos. “Precisamos dar o primeiro passo seguro para mostrar o valor dessa nova tecnologia. Estamos negociando também apoio do BNDES e do MCT. No futuro, o projeto será excelente para possíveis parcerias público-privadas”, conclui.
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