Linguagem Libras Facebook X Intagram YouTube Linkedin Site antigo
logomarca da FAPERJ
Compartilhar no FaceBook Tweetar Compartilhar no Linkedin Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Email Imprimir
Publicado em: 13/10/2022 | Atualizado em: 13/10/2022

PUC-Rio, IME e Instituto Carlos Éboli firmam convênio para estudos em Criminalística

Débora Motta

Godoy coordena na PUC-Rio análises químicas de explosivos e armas, para aperfeiçoar técnicas de produção de provas forenses (Fotos: Divulgação)  

Uma parceria entre instituições fluminenses reconhecidas por pesquisas na área de Criminalística promete trazer avanços para elucidar cenas de crime, por meio da análise química de impressões digitais, armas de fogo e projéteis. Trata-se do recente convênio firmado entre o Departamento de Química do Centro Técnico Científico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (CTC/PUC-Rio) e o Instituto de Criminalística Carlos Éboli, da Polícia Civil/RJ. O acordo, formalizado por meio de publicação no Diário Oficial, é um desdobramento do apoio concedido pela FAPERJ ao projeto, por meio do edital Programa de Apoio a Projetos de Inovação da Segurança Pública – Ciências Forenses, de 2021, e envolve, também, o Instituto Militar de Engenharia (IME). 

O coordenador do projeto, o químico e professor José Marcus Godoy, do Departamento de Química da PUC-Rio, destaca a importância dessa parceria institucional. “A Criminalística no estado do Rio de Janeiro deve ganhar bastante a partir da união dos esforços de pesquisa entre essas instituições, que tradicionalmente são referência na produção de conhecimento nessa área. O convênio foi firmado por cinco anos, prorrogáveis”, comemorou. Ele contou que os estudos serão focados nos armamentos de grosso calibre, como os fuzis, mais comumente encontrados no Rio de Janeiro.

No Departamento de Química da PUC-Rio, as análises serão voltadas à Química Forense, ou seja, a aplicação da disciplina para investigar aspectos legais e judiciais, incluindo a caracterização de componentes de explosivos, munição, pólvoras e identificação de impressões digitais deixadas nos locais onde ocorreram crimes. “Por meio de técnicas de análises químicas, vamos ajudar na produção de provas forenses mais precisas, pois muitas  vezes a munição ou as armas encontradas na cena do crime chegam até o laboratório na forma de fragmentos, o que dificulta os tradicionais testes comparativos na perícia”, disse.

Outra linha do projeto na PUC-Rio é voltada ao estudo das digitais deixadas na cena do crime por meio do contato com novas substâncias químicas fluorescentes 

Godoy coordena análises dos elementos químicos presentes na liga de chumbo encontrada em projéteis e armas, que fornecem pistas sobre a origem do material analisado. “Determinando a composição química e isotópica de projéteis de fuzis, é possível identificar a origem dos fragmentos de munição e fazer uma comparação, para saber quais deles são oriundos da mesma arma, por exemplo”, detalhou. Para isso, ele coordena a observação do material por meio do equipamento de espectrometria de massas.

Já na área conhecida como papiloscopia – o estudo da identificação humana pelas digitais –, o projeto segue sob coordenação do professor Jones Limberger, também no Departamento de Química da PUC-Rio. “Desenvolvemos em laboratório novos materiais químicos, que podem ser usados para reconhecimento de impressões digitais latentes. Meu grupo de pesquisa estuda o desenvolvimento de moléculas de carbono fluorescentes com características peculiares, que emitem luz de maneira muito intensa quando estão em estado nanoagregado. Esse material luminescente é capaz de se aderir exatamente nas impressões digitais deixadas em diferentes tipos de superfícies, dando pistas para a investigação criminalística”, explicou Limberger, que é coordenador do Laboratório de Síntese Orgânica e Química Fina.

Limberger (à dir., de blusa preta) coordena o desenvolvimento de moléculas fluorescentes no Departamento de Química do CTC, da PUC-Rio

Limberger destaca que o desenvolvimento dessas moléculas fluorescentes vem a suprir uma lacuna técnica na área de papiloscopia. “Existem desafios em termos de materiais para reconhecimento de impressão digital. Os materiais utilizados tradicionalmente não aderem a superfícies porosas, por exemplo. Outra dificuldade é quando a superfície é escura, pois o pó comumente utilizado para reconhecimento das impressões digitais não oferece contraste adequado para visualização. Nesse contexto as moléculas que emitem luz entrariam. O técnico depositaria o material e faria a revelação por meio de luz ultravioleta”, detalhou.

Também participam do projeto os professores Camilla Buarque e Ricardo Aucélio, ambos do Departamento de Química do CTC/PUC-Rio. Eles desenvolvem, respectivamente, novas substâncias como marcadores fluorescentes que poderão ser usadas para rastrear cápsulas e projeteis e novos métodos analíticos de interesse forense. No IME, o projeto interinstitucional é coordenado pelo professor Jakler Nichele, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Defesa, que trabalha na linha dos explosivos. Já no Instituto Carlos Éboli, o projeto é coordenado Paula de Freitas Moraes, que atua na área de papiloscopia.

Topo da página