Por Ascom Faperj*
Cinco pesquisadores de universidades sediadas no Rio de Janeiro foram selecionados na 6ª chamada pública de apoio à ciência do Instituto Serrapilheira em parceria com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e Fundações de Apoio à Pesquisa (Faps) de sete estados, por meio de cofinanciamento. A chamada foi focada em estudos ousados e arriscados que abordassem grandes perguntas nas áreas de ciências naturais (física, química, geociências e ciências da vida), matemática e ciência da computação.
No total, 32 jovens cientistas do Brasil vão receber incentivos entre R$ 200 mil e R$ 700 mil, a serem usados durante cinco anos. Eles também terão acesso a recursos extras – até 30% do grant recebido – para investir como bônus da diversidade. Do financiamento total de R$ 22 milhões da Chamada, o Serrapilheira disponibilizou R$ 9,1 milhões, sendo R$ 3,2 milhões destinados ao chamado bônus da diversidade, a ser investido na formação e integração de pessoas de grupos sub-representados nos grupos de pesquisa. Já o total oferecido pelas FAPs é de cerca de R$ 13 milhões. Além da FAPERJ, nesta chamada participam as Fundações de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), de Minas Gerais (Fapemig), do Ceará (Funcap), do Rio Grande do Sul (Fapergs), do Distrito Federal (FAPDF) e do Paraná (Fundação Araucária). Outras FAPs ainda estão analisando fatores como a disponibilidade de orçamento, e também podem contribuir para o cofinanciamento de cientistas de seus respectivos estados que foram bem avaliados no processo de seleção, mesmo após o anúncio dos selecionados.
Pesquisadores do RJ contemplados no programa
Cientista do Nosso Estado, programa de fomento à pesquisa da FAPERJ, Guilherme Ost de Aguiar, do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi selecionado com um projeto que, a partir dos registros da atividade simultânea de um conjunto de neurônios, busca inferir as interações entre os neurônios desse conjunto. Ao desenvolver modelos matemáticos, o pesquisador pretende reconstruir a rede das interações entre neurônios a partir de dados sobre a atividade elétrica agregada do conjunto de neurônios.
A pesquisadora Mariza Ferro, professora do Instituto de Computação da Universidade Federal Fluminense (UFF), desenvolve projeto interdisciplinar com a ecologia que busca entender como a inteligência artificial sustentável pode prever eventos de chuva extrema e prevenir grandes desastres em áreas urbanas. Mariza é pesquisadora, palestrante, idealizadora e coordenadora do Núcleo de Referência em IA Ética e Confiável.
Fernando Iemini de Rezende Aguiar, Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, conduz no Instituto de Física da Universidade Federal Fluminense (UFF) o projeto “Quais são os limites fundamentais em nossa capacidade de medir o tempo com as leis da termodinâmica quântica e da teoria de muitos corpos?”. A pesquisa busca nas leis da física o que limita a nossa precisão para medir a passagem de tempo.
Do Instituto de Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), o também Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ Thiago Guerreiro investiga se “Podemos detectar a natureza quântica da gravidade?”. Fazendo medições por meio da optomecânica quântica – que se vale das interações entre a luz e o movimento de objetos mecânicos – o projeto pretende detectar a natureza quântica de campos gravitacionais.
Outro pesquisador contemplado no programa Jovem Cientista do Nosso Estado, Felipe Ferreira Gonçalves, vinculado ao Instituto de Matemática Pura Aplicada (Impa), conta com o apoio da Fundação para dar continuidade ao seu projeto “Princípios da Incerteza, Empacotamento de Esferas e Formas Modulares”. Com ele, o jovem pesquisador busca encontrar a melhor configuração de esferas num espaço multidimensional a fim de cobrir a maior proporção do espaço.