Marcos Patricio
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Exame não invasivo, para detecção do câncer de próstata, por meio da análise da urina dos pacientes, poderá contribuir para diminuição do número de biópsias no futuro |
Cerca de 70% das biópsias de próstata poderiam ser evitadas, se antes delas fossem realizados exames específicos, destinados a diagnosticar o câncer na glândula sexual masculina. Além disso, 7% desses procedimentos são inconclusivos e, muitas vezes, precisam ser repetidos. Desta forma, o paciente é submetido a técnicas invasivas, desnecessárias e a uma situação de estresse que torna tanto o diagnóstico como o tratamento ainda mais difíceis e demorados.
Sensibilizada com a questão, Maria Beatriz Mota, uma jovem farmacêutica carioca, doutora em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), resolveu buscar uma alternativa para minimizar as dificuldades vividas por aqueles que procuram o diagnóstico desse tipo de câncer. A pesquisadora decidiu empreender e criou a RioGen, uma startup da área de Biotecnologia, sediada na UFRJ, que está desenvolvendo um exame não invasivo, para detecção do câncer de próstata, por meio da análise – biópsia líquida – da urina dos pacientes.
“O nosso exame é feito por meio da coleta de amostras de urina de pacientes com suspeita de câncer de próstata. Nós separamos as células prostáticas presentes na urina, avaliamos alterações moleculares nessas células, e, através dessas alterações, conseguimos identificar a probabilidade de o paciente ter ou não câncer de próstata”, explica Maria Beatriz.
Além de não invasivo, o método utilizado pela startup tem a vantagem de ser bem mais rápido do que aquele adotado atualmente. O resultado do novo exame poderá ser conhecido em apenas sete dias, enquanto todo o processo que envolve as biópsias de próstata pode levar até 60 dias para ser concluído.
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Maria Beatriz Mota: jovem farmacêutica carioca, doutora em Bioquímica pela UFRJ, está à frente do projeto desenvolvido pela startup RioGen |
A tecnologia utilizada pela empresa envolve a prospecção de biomarcadores, a aplicação de métodos de aprendizado de máquina e a identificação de assinaturas genéticas, tornando os exames mais rápidos e precisos.
Em desenvolvimento, a pesquisa que permitirá a realização do exame deverá estar finalizada até o fim de 2023. A RioGen vem recebendo apoio da FAPERJ desde a sua fundação, em 2021, por intermédio dos editais Programa Doutor Empreendedor, Programa de Inserção de Pesquisadores em Empresas e Bolsa de Iniciação Tecnológica (INT).
Para conhecer mais detalhes sobre a pesquisa, o canal oficial da FAPERJ no YouTube publicou nesta quinta-feira, 1º de dezembro, um vídeo sobre o projeto. Ele traz entrevistas com a CEO da RioGen, Maria Beatriz Mota, e com dois dos integrantes da sua equipe, a especialista em Bioinformática Letícia Lima e o bolsista de Inovação Tecnológica Márcio Wilson.
Lançado no início de 2022, o canal da FAPERJ no YouTube, com mais de 800 inscritos, já soma 43 vídeos sobre temas variados ligados à área de Ciência, Tecnologia e Inovação. As videorreportagens abordam o trabalho de startups a laboratórios de ponta, trazendo entrevistas com cientistas renomados e empreendedores que obtiveram sucesso em seus projetos. Para conferir os vídeos produzidos pelo Núcleo de Divulgação Científica e Tecnológica da FAPERJ, acesse www.youtube.com/faperjoficial