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Publicado em: 16/02/2023 | Atualizado em: 02/03/2023

Cenabio/UFRJ completa 10 anos e planeja expandir atividades

Marcos Patricio

Vieyra destaca a importância do Cenabio como polo nacional de equipamentos multiusuários sediado na UFRJ, para integração de pesquisadores de diversas instituições do Brasil e do exterior, na fronteira do conhecimento em Biologia Estrutural (Fotos: Marcos Patricio)    

Centro multiusuário dedicado à pesquisa de estruturas biológicas, com capacidade para realizar estudos que vão desde o nível atômico-molecular até a análise de organismos vivos, o Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem (Cenabio), criado por aclamação pelo Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), completou 10 anos, no dia 28 de fevereiro, de olho no futuro. Mais do que comemorar a primeira década de atividade, a instituição está em pleno processo de expansão. Até o fim de 2023, vai inaugurar uma moderna estrutura de criomicroscopia, que será implantada com recursos repassados pela FAPERJ. Trata-se de uma técnica avançada de microscopia que permite o estudo de moléculas ou complexos de moléculas dentro de uma célula intacta,  sob baixas temperaturas, em estado de congelamento.

Dotado de uma ampla infraestrutura para produção de exames de imagens, que inclui tecnologias como microscopia eletrônica avançada, ressonância magnética nuclear, ultrassonografia, espectrometria e várias outras técnicas de imageamento, o Cenabio é um centro nacional de equipamentos multiusuários . “Um centro aberto a pesquisadores de instituições de todo Brasil e do exterior, interessados na realização de ensaios e no desenvolvimento de projetos, que necessitem dessas tecnologias”, explica o diretor do Cenabio, professor Adalberto Vieyra. 

Criado oficialmente em 2013, o Cenabio teve origem na estrutura de pesquisa e imageamento então existente no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFRJ. Naquela época a universidade já contava com o Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear Jiri Jonas, implantado em 1998. “O Cenabio surgiu com a proposta de dar àquele conjunto de laboratórios uma identidade acadêmica mais nítida dentro da estrutura existente na universidade”, conta Vieyra.

O Centro é, sobretudo, fruto do trabalho de um grupo de pesquisadores líderes de projetos na área de Biologia Estrutural, que uniram esforços e colocaram seus laboratórios à disposição, de forma a ampliar o alcance das estruturas existentes na época, colaborando entre si. Assim, os equipamentos adquiridos passaram a ser utilizados por um número maior de pesquisadores. 

“Na área clínica, os médicos já contavam com estrutura para realizar exames de imagem. Nós não possuímos as mesmas condições. Não tínhamos os mesmos equipamentos. Então, começamos a nos organizar para que pudéssemos resolver essa questão. Com o apoio da FAPERJ e de outras agências, conseguimos adquirir novos equipamentos, o que deu um novo impulso às equipes que trabalhavam nessa área”, recorda o professor emérito da UFRJ, Antonio Carlos Campos de Carvalho, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF). 

Campos de Carvalho compõe, ao lado de Jerson Lima Silva, professor do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ e presidente da FAPERJ, e Wanderley de Souza, ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e, também professor do IBCCF, o grupo de pesquisadores considerados fundadores do Cenabio. 

“A criação do Cenabio foi uma experiência pioneira e bem-sucedida. Diferentes laboratórios passaram a colocar seus equipamentos à disposição, não apenas para atender a seus pesquisadores, mas a toda comunidade científica. Começamos atendendo a UFRJ e, na sequência, passamos a receber pesquisadores de outras instituições do Rio de Janeiro, de outros estados e, finalmente, de outros países. À medida que os resultados começaram a aparecer, o Centro conseguiu obter mais recursos para consolidar suas atividades”, explica Souza.

Espectrômetro de Ressonância Magnética Nuclear de 900 MHz: um dos principais equipamentos disponibilizados pelo Cenabio/UFRJ para o estudo da estrutura de materiais biológicos, como proteínas, ácidos nucleicos e vírus. Teve importante papel na análise do SARS-CoV-2 (coronavírus)

Lima destaca a importância e a proposta do Cenabio. "O Centro foi fundado com o objetivo de perpetuar uma série de projetos multiusuários, apoiados por agências nacionais como a FAPERJ, a Finep, o CNPq, a Capes e o MS/Decit. Em 1998, inauguramos o Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear de Macromoléculas (CNRMN), tornando-nos o primeiro centro de pesquisa com esse perfil na América Latina. No início dos anos 2000, a UFRJ foi sede do Instituto Milênio de Biologia Estrutural, que evoluiu para o INCT de Biologia Estrutural e Bioimagem em 2007, sob minha coordenação e com a contribuição dos fundadores do Cenabio”, recorda o presidente da FAPERJ.

“Estabelecemos uma cultura de equipamentos de pesquisa de grande escala, disponíveis para uso de pesquisadores do Rio de Janeiro e de outros locais, incluindo outros países. Através dos estudos conduzidos no Cenabio, tivemos a oportunidade de avaliar a relação entre o vírus da Zika e a microcefalia, a interação do SARS-CoV-2 com células hospedeiras, bem como diversas questões relacionadas a outras doenças infecciosas, neurodegenerativas e câncer”, explica Lima.

A parceria incentivada pelos três pesquisadores deu origem a um centro com uma estrutura sem igual no Hemisfério Sul. Atualmente, o Cenabio conta com três unidades e uma plataforma totalmente integradas. A Unidade de Biologia Estrutural (UBE) está voltada à realização de projetos na área de Biologia Estrutural e possui equipamentos de espectrometria que vão de 400 MHz a 900 MHz. A Unidade de Imageamento de Pequenos Animais (UIPA) destina-se ao estudo da estrutura e função de órgãos de pequenos animais. Conta com plataformas de ressonância magnética, tomografia computada, luminescência e fluorescência in vivo e ultrassonografia, entre outras. 

A Unidade de Microscopia Avançada (UMA) realiza atividades na área de microscopia avançada e conta com equipamentos como: microscópios eletrônicos de varredura e de transmissão, pinças e microscópios ópticos e equipamentos de difração de raios X. Já a Plataforma Avançada de Biomoléculas (PAB) trabalha com a produção e análise de proteínas e peptídeos. O estudo dessas moléculas contribui para a compreensão dos mecanismos do desenvolvimento dos organismos e das doenças.

Segundo o diretor do Cenabio, o prédio que vai receber a Plataforma de Criomicroscopia deverá estar concluído até o mês de agosto. Os novos equipamentos, que estão sendo fabricados na Alemanha, vão permitir o estudo de estruturas biológicas em alta resolução. De acordo com Vieyra, a estratégia do Centro é dar continuidade ao processo de expansão. Foi preparado um plano que prevê a implantação de uma infraestrutura para imageamento de animais de médio porte, como porcos. Isso contribuirá para o estudo do tratamento de doenças e o desenvolvimento de novos medicamentos.

A ampliação das atividades também prevê a obtenção de investimentos, que possibilitem ao Centro entrar em um novo patamar de imageamento microscópico, bem como avançar rumo a projetos na área de Metabolômica, que é o estudo do produto do metabolismo do organismo.

Em 2022, as atividades desenvolvidas no Cenabio foram tema de um vídeo do canal oficial da FAPERJ no YouTube. Entre no canal e confira os trabalhos realizados no Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagem da UFRJ: https://www.youtube.com/c/faperjoficial

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