Por Ascom Faperj*
Novo laboratório do Observatório Nacional permitirá obter resultados inéditos sobre a formação das bacias sedimentares, contribuindo para a otimização do trabalho dos recursos empregados na prospecção de petróleo e gás |
O Observatório Nacional (ON), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), ganhou novas instalações com a inauguração, no dia 14 de agosto, do Laboratório de Paleomagnetismo, Cicloestratigrafia e Mineralogia Magnética do ON (LPC2M-ON). O coordenador do LPC2M-ON é o tecnologista da Coordenação de Geofísica do ON (Cogeo), Daniel R. Franco, idealizador do laboratório, que recebe apoio da FAPERJ para a realização de suas pesquisas por meio do programa Cientista do Nosso Estado. O vice-coordenador do novo laboratório é o tecnologista André Wiermann. A cerimônia de inauguração, que ocorreu no campus do ON, contou com a presença da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
De acordo com os pesquisadores, o LPC2M-ON representa um passo significativo na pesquisa e exploração das áreas de Paleomagnetismo, Magneto-cicloestratigrafia e Mineralogia Magnética e ainda realizará pesquisas e prestação de serviços nas áreas de Magnetismo Ambiental, Magnetoestratigrafia, com o intuito de solucionar problemas ambientais e geológicos. Além disso, ainda segundo os idealizadores do projeto, permitirá a complementação de atividades tradicionais do ON como a investigação sobre o campo magnético da Terra, com observações deste tipo de registro para o passado geológico profundo, o que é feito por poucas instituições no mundo, em amplo espectro temporal.
“É uma alegria poder participar da inauguração desse laboratório, cujas pesquisas aqui desenvolvidas poderão promover resultados inéditos sobre a formação das bacias sedimentares, contribuindo para a otimização do trabalho dos recursos empregados na prospecção de petróleo e gás. Esse laboratório é prova incontestável do papel fundamental das nossas unidades de pesquisa, na geração de inovação, na formação de recursos humanos e no protagonismo do Brasil no cenário científico internacional”, destacou a ministra Luciana Santos na ocasião.
Para o idealizador do laboratório, sua inauguração tem grande significado e conquista para a comunidade e para o progresso do conhecimento. "Este é um laboratório completo para a realização de estudos de Paleomagnetismo e Magnetoestratigrafia, demanda histórica da comunidade de Ciências da Terra do País. O laboratório dispõe de uma sala magneticamente blindada para a realização de experimentos em condições ideais, totalmente desenvolvida pelo ON. Em torno desse laboratório também foi criado o primeiro grupo de pesquisa em Magneto-cicloestratigrafia do país, em conjunto com colegas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)", disse Franco.
Durante a solenidade de inauguração das novas instalações, o diretor do ON, Jailson Souza de Alcaniz (à esq.), e o pesquisador Daniel Franco, idealizador do laboratório, acompanharam a visita da ministra de C,T&I, Luciana Santos |
Conforme explicou o pesquisador, os três pilares do laboratório são Paleomagnetismo, Cicloestratigrafia e Mineralogia Magnética. O Paleomagnetismo é um campo das Ciências da Terra que estuda o registro do campo magnético da Terra no passado (via orientação e intensidade registrados por minerais magnéticos presentes em rochas e sedimentos). Já a Cicloestratigrafia é um ramo da Geologia que se concentra em reconhecer, analisar e interpretar padrões repetitivos nas camadas rochosas, gerados pela influência de ciclos climáticos induzidos por diferentes processos de forçagem - como os ciclos orbitais da Terra - nos processos de sedimentação e outras influências ambientais ao longo do tempo geológico. E a Mineralogia Magnética é um campo de estudo que investiga as propriedades magnéticas dos minerais presentes em rochas e sedimentos.
Na solenidade de inauguração, o diretor do ON, Jailson Souza de Alcaniz, destacou que este é mais um laboratório que o ON coloca à disposição da comunidade científica e da sociedade brasileira, que é quem detém o patrimônio dos avanços tecnológicos. “Este laboratório expande a atuação dos Observatórios Magnéticos do ON [de Vassouras (RJ) e Tatuoca (PA)]. Agora, vamos olhar para o passado geológico profundo e isso é fundamental não só do ponto de vista científico, pois vai agregar novas linhas de pesquisa à pós-graduação do ON, até então inéditas no estado do Rio de Janeiro, mas também do ponto de vista comercial, porque é fundamental para as petrolíferas terem esse tipo de informação”, disse Jailson.
Como exemplo que ilustra a importância estratégica desta nova infraestrutura, a Petrobras já se tornou parceira do Laboratório, tendo firmado recentemente um termo de cooperação com o grupo de pesquisa do LPC2M-ON. Estiveram presentes na inauguração do LPC2M-ON os diretores do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), representante do Museu de Astronomia e Ciências Afins (Mast), da Petrobras, da Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Comissão Brasileira de Estratigrafia e Sociedade Brasileira de Geologia.
* Com informações da Assessoria de Comunicação do Observatório Nacional