Errâncias do corpo na dança
Doutora em Artes Cênicas pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (PPGAC-UniRio) e professora do Departamento de Arte Corporal da UFRJ, Maria Alice Poppe tem se dedicado a pesquisas sobre o corpo e sua relação poético-política com o chão e a gravidade, a partir da abordagem metodológica da bailarina, coreógrafa, professora e pesquisadora de dança Angel Vianna (1928-2024). Seu livro O chamado da queda é uma contribuição aos estudos da dança e suas ramificações estética, filosófica e pedagógica, que nos convida a pensar a queda como potência e valor através do corpo e do movimento. A investigação explora processos de desconstrução a partir de eixos como o chão, o peso e a gravidade. Sob a lente de um corpo sensível na dança e sua interface com a filosofia, a queda serve como fio condutor que, para além de seu aspecto físico-gravitacional, se dá como um chamado pelo viés da errância — desprovida de cálculo ou determinação. A obra problematiza aspectos da coreografia ao trazer um corpo que pesa, em contraponto à concepção da bailarina clássica que almeja controle, leveza e ascensão. Nesse sentido, a autora aciona o pensamento de Angel Vianna como proposição de um corpo sensível que traz à reflexão perspectivas acerca do acolhimento do peso e da queda como valor, em seus processos pedagógicos e modos de criação. Teóricos como Marie Bardet, Paul Virilio, Ann Cooper Albright, Thereza Rocha, Laurence Louppe, André Lepecki e Jean-Luc Nancy compõem a base do pensamento.
Autora: Maria Alice Poppe
Editora: Circuito
Número de páginas: 248
Ano de lançamento: 2025