Débora Motta
Capas dos e-books da coletânea Os 4Ps da Inclusão, que propõem reflexões, práticas pedagógicas e estratégias para incluir pessoas com deficiência, de forma holística e humanizada (Fotos: Reprodução) |
Setembro é o mês da luta pela inclusão das pessoas com deficiência (PCDs) – apresentado no calendário oficial como Setembro Verde, cor que simboliza a esperança pela igualdade de direitos. Mais de 18 milhões de pessoas no País, ou seja, 8,9% da população, possui algum tipo de deficiência, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2022. Nesse contexto, um grupo de pesquisadores da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) acaba de lançar a coletânea de e-books Os 4Ps da Inclusão, com diretrizes para práticas educacionais voltadas às pessoas com deficiência. As obras estão disponíveis para download gratuito aqui: https://atenaeditora.com.br/catalogo/ebook?q=documento+norteador
Organizadora da coletânea, a professora Annie Redig, que desenvolve na Faculdade de Educação da Uerj seus estudos com apoio da FAPERJ, por meio do programa Jovem Cientista do Nosso Estado, destaca a importância de disponibilizar conhecimento sobre o tema. “Há uma necessidade de oferecer uma formação contínua aos professores para lidar com alunos com deficiência no cotidiano das instituições de ensino”, disse. As obras resultam de um longo trabalho do Grupo de Pesquisa em Inclusão Educacional e Social (GPIES) com o Laboratório de Inclusão e Diversidade (LID), da Uerj, e foram publicadas pela Atena editora.
Annie conta que o objetivo das publicações é disseminar informações sobre as práticas pedagógicas que auxiliam no acesso e permanência dos estudantes com deficiência na vida escolar. "Por ser um material didático e disponível de forma gratuita, deve chegar às escolas de todo o Brasil, contribuindo positivamente nos debates sobre a elaboração de novas políticas públicas relacionadas à inclusão de pessoas com deficiência. Que essa coletânea seja uma ferramenta para tornar a escola mais inclusiva, trazendo benefícios não só aos alunos com deficiência, mas a todos”, afirmou.
A coletânea inclui quatro livretos: sobre o Plano Educacional Individualizado (PEI), o Plano de Acessibilidade na Avaliação (PAA), o Plano Individualizado de Transição (PIT) e o Plano de Acessibilidade Básica (PAB). “O PEI é uma estratégia de acessibilidade pedagógica para que o professor elabore atividades personalizadas, possibilitando que o estudante com necessidades educacionais específicas acompanhe o currículo. O documento norteador sobre o PEI aborda a temática do alfaletramento para jovens, adultos e idosos com deficiência intelectual. A proposta desse livro é apresentar o planejamento e aplicação de processos de ensino personalizados, com a finalidade de eliminar barreiras à aprendizagem, participação e construção de conhecimentos relacionados ao alfaletramento”, explicou Annie. O e-book sobre o PEI é assinado por Cristina Angélica Aquino Mascaro e Annie Redig.
Annie Redig: organizadora da coletânea, ela propõe estratégias para a inclusão de PCDs (Foto: Divulgação) |
O livreto sobre PAA, de autoria de Suzanli Estef e Annie Redig, trata da questão da acessibilidade na avaliação pedagógica, com estratégias de tornar a avaliação acessível para pessoas com deficiência. A obra sobre PAB, assinada por Flávia Barbosa Dutra, Felipe Di Blasi, Midiã Moreira Ramos e Annie, diz respeito aos espaços, equipamentos sociais e culturais, e tecnologias, abordando audiodescrição, braile e Libras, entre outros aspectos que podem nortear a oferta de recursos e serviços que atendam as demandas das pessoas com deficiência em sua vida cotidiana.
Já o e-book sobre o PIT, assinado por Annie, apresenta a necessidade de se pensar em estratégias para planejar o processo de transição educacional para a vida independente dos jovens e adultos com deficiência intelectual, transtorno de espectro autista e demais necessidades educacionais específicas. O objetivo é pensar na vida deles após a saída da escola, considerando diversos prismas, como família e sexualidade, além da inclusão no mercado de trabalho, priorizando o sujeito como centro das ações, para que ele seja protagonista da sua própria história.