Linguagem Libras Facebook X Intagram YouTube Linkedin Site antigo
logomarca da FAPERJ
Compartilhar no FaceBook Tweetar Compartilhar no Linkedin Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Email Imprimir
Publicado em: 12/12/2024 | Atualizado em: 12/12/2024

Parceria entre UFRJ e município do Rio visa garantir a qualidade dos alimentos

Paula Guatimosim

Os dois volumes dos e-books serão disponibilizados gratuitamente nos sites das instituições

Uma parceria estabelecida em 2022 entre o Laboratório de Farmacobotânica da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Laboratório Municipal de Saúde Pública (Lasp), vinculado ao Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio), vem buscando garantir a qualidade dos alimentos comercializados no município.

 A visibilidade alcançada pelas blitze da Vigilância Sanitária na mídia, quando lotes de alimentos são apreendidos em restaurantes ou mercados devido à contaminação, é apenas a ‘ponta do iceberg’ de um trabalho ininterrupto e que a cada dia se qualifica e aprofunda. A integração entre a Academia e a Vigilância Sanitária vem permitindo o desenvolvimento de métodos analíticos de amostras de alimentos, por meio da pesquisa aplicada e do desenvolvimento de análises microscópicas em perícias e pesquisa de fraudes, com base nos parâmetros e orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

“Nossa participação é norteada pelas demandas encaminhadas pelo Lasp, seja para desenvolver métodos ou parâmetros de análise ou realizar capacitações”, explica André Luis de Alcantara Guimarães, coordenador do projeto. 

Imagem obtida através da microscopia mostra os amidos de centeio (dir.) e da batata inglesa (esq.)

Contemplado no Programa de Apoio a Projetos Científicos e Tecnológicos em Ciências Agrárias da FAPERJ, o estudo viabilizou um acordo de cooperação técnica focado na microscopia. Um trabalho que visa identificar matérias estranhas e contaminantes biológicos ou químicos nos alimentos. A equipe da UFRJ diretamente envolvida no projeto supera 20 pessoas, entre funcionários do laboratório, professores, pesquisadores, e estudantes de Iniciação Científica à pós-graduação, além de diversas instituições de pesquisa fluminense. As áreas de atuação dos envolvidos são multidisciplinares e envolvem farmacêuticos, biólogos, veterinários, botânicos, zoólogos e biomédicos, entre outros.

Os trabalhos conduzidos no Departamento de Produtos Naturais e Alimentos da Faculdade de Farmácia resultaram na publicação de dois livros digitais (e-books), que foram lançados durante o III Simpósio de Microscopia e Análise de Alimentos, ocorrido no início de dezembro, e serão disponibilizados gratuitamente nas páginas da Faculdade e do Lasp na internet.

Fruto da dissertação de mestrado da farmacêutica Ludilaine Fiuza Barreto de Oliveira, orientada por André Guimarães, o primeiro volume da série batizada de “Alimentos”, intitulado “Grãos de Amido”, é um importante guia para a identificação do amido nos alimentos. Muito usado para aumentar o volume e a consistência dos alimentos como molhos, por exemplo, o amido é obtido a partir de uma dezena de grãos, como milho, trigo, arroz, além de tubérculos e raízes como batata, araruta e mandioca. O problema - revela o pesquisador - é que os grãos de amido possuem morfologia e estrutura muito variável, o que dificulta sua identificação. E é exatamente isso que o estudo de Ludilaine esclarece, sendo um guia completo para a identificação de mais de 15 tipos de amido.

André Guimarães: o pesquisador já está preparando mais dois volumes da série 

O Volume 2, “Insetos contaminantes de Alimentos” trata literalmente do assunto de seu título. Derivado de dissertação de mestrado do biólogo Gustavo Paim de Carvalho, que veio de Teresópolis, na região serrana do estado, para desenvolver sua pesquisa na UFRJ, identifica e descreve mais de 30 diferentes tipos de insetos, como baratas, formigas e barbeiros, entre outros, cujas partes podem ser encontradas em alimentos.

Segundo André Guimarães, mais dois volumes da série estão em andamento, o primeiro com previsão de lançamento em janeiro de 2025, um sobre a identificação dos chás e outro sobre a presença de pelos - de ratos, gatos, cães etc - em alimentos, este último conduzido por uma funcionária do setor de Microscopia de Alimentos do Laboratório Municipal de Saúde Pública, que graças à parceria é mestranda do projeto na Faculdade de Farmácia. Mestre e Doutor em Botânica e pós-doutor em Tecnologia Farmacêutica, Guimarães está certo de que os estudos morfológico e histoquímico, envolvendo os aspectos de composição e identificação de alimentos e matérias estranhas, e a avaliação de resíduos de contaminantes químicos e biológicos irão garantir cada vez mais qualidade aos alimentos consumidos no Rio de Janeiro.

Saiba mais em: https://vigilanciasanitaria.prefeitura.rio/serie-alimentos/

Topo da página